29 de dezembro de 2009

Último banco de medicina







E cá estou eu no último banco. Começou por ser relativamente atribulado, mas agora até acalmou. Custa um bocado entrar no hospital e ver o cacifo vazio, só com a minha bata e estetoscópio, e realizar que os meus colegas já foram para as ilhas.
Acho que não vou sentir muito a falta deste hospital. Mas tenho de admitir que estes quatro meses que estão prestes a findar me vão causar saudades em relação a algumas pessoas. E alegra-me ter a certeza que, em relação a algumas delas, o sentimento é mútuo.

Entretanto anda toda a gente maluca com a porcaria do fim de ano. Eu quase sempre tive fins de ano de treta. Ou tinha namorada e chateava-me com ela, ou não tinha namorada e sentia saudades dela, ou era uma granda seca porque tinha posto na cabeça que ia ser altamente e afinal não foi. Realmente, tal como a fome é o melhor condimento para uma refeição, as expectativas são a pior coisa que se pode ter para o que quer que seja. Ainda nem uma coisa aconteceu e já estão a matá-la ao início.
Por mim, sinceramente, metia-me a propofol a meio da tarde de 31 e acordava a meio da tarde de 1 de Janeiro. Ou então se calhar meto-me a jogar fifa e a comer cajus a noite toda.

Não faltam convites, mas... quero estar com toda a gente e não quero estar com ninguém. Lembro-me de pensar inúmeras vezes, durante coisas do género do fim de ano, "quem me dera que o não sei quantas estivesse aqui". E acho que me iria saber bem que essas pessoas com as quais eu quero estar pensassem, por uma vez, "quem me dera que o joão estivesse aqui". O joão todo, não só parte dele. E eu sei que quase nunca é assim.


Daqui por duas horas vou dormitar um bocadinho (ainda não sei onde) ... e depois Às 8 e meia torno a entrar na enfermaria. Até à tarde. E são só 12 horas de urgência... de cada vez que penso que para o ano provavelmente vou ter três bancos de 24h por semana até fico a bater mal.
Talvez ande tão ocupado que isso me leve a não ter tantas saudades de determinadas coisas que não posso reviver e de determinadas pessoas que não posso ter junto de mim ...

27 de dezembro de 2009

Faz tanto frio cá fora que eu já não vejo a hora...




"Tento ter a força para levar o que é meu
Sei que às vezes vai também um pouco de nós
Devo concordar que às vezes falta-nos a razão
Mas nego que há razões para nos sentirmos tão sós
Vem fazer de conta, eu acredito em ti
Estar contigo é estar com o que julgas melhor
Nunca vamos ter o amor a rir para nós
Quando queremos nós ter um sorriso maior."

No que o Manuel Cruz toca com a voz, transforma-se em ouro. Este refrão está fantástico. Não quero menosprezar os Da Weasel (embora não sendo fã gosto bastante de toda a letra desta música), mas cada vez aprecio mais a forma como ele transfigura qualquer canção quando canta.
Sobre a votação: desde já o obrigado pela vossa contribuição. Digo-vos desde já que, neste momento, acho que já excluí, para a minha escolha final, 7 das 11 cores. Já só faltam dois dias para o fim da sondagem ;)

24 de dezembro de 2009

Brasserie, Dez.2009 - Old pals dinner

Grande jantar de ex-colegas de Bioquímica, amigos de vários anos. Até o Rui bebeu uma amêndoa amarga. Sinais dos tempos...
E já nem fomos jantar a uma tasca. Andam a viver bem, vocês!

*

Entretanto o link e a sondagem continuam disponíveis. Não percam a oportunidade de me ajudar a escolher a cor que consideram mais gira!

20 de dezembro de 2009

Penúltimo banco de medicina da minha vida (se deus quiser)

12:30
Só agora consegui ir à casa de banho. Bué de doentes. E o melhor é que só agora vi que saí de casa com a braguilha aberta. O que vale é que tinha o casaco comprido, e agora estava de bata ...


9:30h
Tinha pedido um descafeinado ontem à noite para rematar o jantar, abundante e bem regado com vinho tinto EA. Sim, sim, é descafeinado, disse-me o empregado. Pois foi. Só que eu não consegui pregar olho a noite inteira, de tal forma que tive de me levantar e ir jogar Fifa. E agora cá estou, domingo de manhã, em mais um banco. Já estou a ficar um bocado sonolento, e acho que vou ficar muito rabugento durante o resto do dia...
Ainda por cima supostamente nos bancos ao domingo ganha-se um bocado mais, mas como é Dezembro e vou cessar funções no fim do ano, disseram-me mesmo à cara podre que provavelmente não me vão pagar os bancos deste mês (seriam pagos no fim de Janeiro). Quer dizer... já é mau não pagarem, mas dizerem isso com uma convicção destas, como quem diz que "é prática comum, não se admire"... Enfim, fazer o quê ? Basicamente vou trabalhar hoje para aquecer, que até está um frio que dói. É que eu até pagava para não fazer o banco hoje e ficar em casa a dormir. Pagava ao hospital para poder não vir o que o hospital supostamente me pagaria para eu vir fazer o banco. Mas já que cá estou a fazê-lo, vão ter que levar comigo. O meu nib não vai mudar no fim do ano, meus amigos.

Entretanto ontem decidi ir à tarde tentar falar com o vendedor do stand, para ver as condições de financiamento para o STPmobile v3.0. Cheguei lá e bati com o nariz na porta, visto que o horário de funcionamento aos sábados é até às 14h. Em plena época de natal, eles fecham no único dia que, não sendo útil, o é para a maioria das pessoas que trabalha durante a semana e quer tratar de comprar carro. Já para não dizer que é Natal, porra! Não é suposto venderem-se mais carros no natal?
Mas melhor ainda: passei naquela rua que é perto do Cascaishoping, e que deve ter lá uns 161468461 stands de todas as marcas. Deviam ser umas 5 da tarde, e estavam TODOS abertos.

O que lhes vale é que eu gosto mesmo daquele carro ...

14 de dezembro de 2009

Bulletproof

Esta já é antiga, mas continuo a gostar dela da mesma maneira. E gostei da maneira como o autor do "vídeo" fez a sequência, deixando as marcas dos desenhos anteriores.

Esta é das tais que toquei vezes sem conta. Agora tenho as cordas partidas, e a guitarra está em cima de um móvel alto ...

Sílvio six-finger

Francisco says:
puto....
stp says:
mequié ?
Francisco says:
tava aqui a falar da tua experiencia como medico
Francisco says:
e isto tou só a comentar contigo, nao tem de ir para a frente
stp says:
sim ...
Francisco says:
mas o silvio tá aqui..e tem um "quisto" tipo "bola de sebo" grande.. tipo na parte de cima da mao..perto do pulso
Francisco says:
Tiravas-lhe aquilo?
stp says:
hmmmm ... epá ... isso é diferente de romper um abcesso pequeno, como o que tu tens ...
stp says:
possivelmente isso é um lipoma...
stp says:
não é tão fácil de tirar...
stp says:
se é o que eu penso, é uma coisa mole, mas sólida
stp says:
tem que ficar bem tirado, senão cresce novamente
Francisco says:
ya..e sai do sitio quando mexemos
stp says:
sim... provavelmente é um lipomazinho pequeno, é uma bola de gordura
stp says:
ainda por cima é na mão, man...
Francisco says:
o gajo tem medo de ir tirar
stp says:
não me ponho a isso ...
stp says:
ele que n tenha medo, que isso é uma coisa muito simples de fazer
stp says:
mas eu n tenho experiência a fazê-lo, percebes ?
stp says:
provavelmente conseguia, ajudado
stp says:
mas como está perto de estruturas nobres ... tipo tendões ...
stp says:
o melhor é o gajo n se meter comigo nisso
stp says:
lol
Francisco says:
Tá-se bem...mas eu estou a dizer que tu achas que ele deve tirar porque é fácil..e isso já o ajuda!
stp says:
pá, eu n vi onde é e o que é
stp says:
mas se é o que penso que é
stp says:
sim, é fácil
stp says:
de qq maneira... é grande?


stp says:
chateia-o em termos funcionais?
stp says:
LOLOLOL
stp says:
ya
stp says:
era o que eu pensava
Francisco says:
isso é a mao vista de cima
stp says:
essa mão tem 6 dedos.....
Francisco says:
nao é na parte de baixo do pulso
Francisco says:
a dele também!
Francisco says:
lol, nao tem nada
stp says:
OLOLOLOLOLOLOLOLOLOL
Francisco says:
eu é que desenhei mal
stp says:
OLOLOLOLOLOLOLOLOL

13 de dezembro de 2009

O tempo pergunta ao tempo ...



"... o amor e o passado são tão iguais,
o amor quando vai não volta mais.".


Já há muito tempo que me dei conta de que o que de mais importante temos é o tempo que nos é concedido. Esta dádiva pode ser interpretada de uma maneira restrita, ou seja, referindo-se ao tempo livre que temos, ou ao tempo de vida de que dispomos, cujo limite só saberemos no dia em que desaparecermos. Ou então, podemos pensar nisto como eu costumo pensar, de forma mais geral: devo ter já dito uma ou outra vez, a pessoas de quem gosto, que o tempo que lhes dou é o mais valioso que tenho para lhes oferecer. É que, se estou com elas, é porque gosto delas, porque gosto da companhia delas, e porque gosto de ... passar tempo com elas.

A essas, não completei a minha ideia geral, porque acho que se subentende: o que eu mais valorizo é o tempo que elas decidem despender comigo, particularmente se têm vidas ocupadas, preenchidas, e difíceis.

Uma das coisas com que não concordo é com o dito "os amigos são para as ocasiões". Eu desejo estar sempre junto das pessoas de quem gosto quando elas precisam de mim, mas não me parece que seja isso que define a amizade. Normalmente, quando uma pessoa precisa de apoio, ajuda, e companhia, só as pessoas que estão mais próximas dela ao longo do tempo é que se apercebem disso. Há também casos de pessoas de quem se gosta muito e que não podem estar presentes no dia a dia.
Mas há coisas que me fazem pensar: há pessoas que estão mesmo muito longe, e com as quais contacto muito frequentemente, e outras (pensando num extremo) que, estando nos mesmos 2 quilómetros quadrados que eu quase todos os dias, nunca contacto porque nunca me contactaram, e quando acontece falarmos dizem que sim, temos de combinar, e querem muito, e vão telefonar.

Eu também tenho muitas coisas para fazer, e sei que é difícil estar com toda a gente, embora eu não goste assim de tantas pessoas como isso. Mas tento...

Uma das coisas que mais me aterroriza é ver aqueles de quem gosto viverem as suas vidas, acontecerem-lhes coisas boas e más, e eu nem estar presente, e sentir-me culpado por não estar presente, ainda por cima dando-se o caso de serem pessoas que gostam mesmo de mim e me procuram quando podem.

É por isso que tenho decidido nos últimos meses concentrar o meu tempo livre e a minha energia nestas pessoas que realmente merecem o meu tempo e tudo o mais que lhes posso oferecer. É que eu já percebi que não posso esperar que toda a gente pense como eu, mas... quid pro quo.


"O tempo pergunta ao tempo quanto tempo o tempo tem. O tempo responde ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem.".


*


Esta merece... Bom trabalhinho em Barça! Vou-te lá visitar, mas... volta depressa! :)

12 de dezembro de 2009

Shopping


Se há coisa que aprendi com as mulheres, é que ir às compras é um excelente anti-deprê!

11 de dezembro de 2009

Sem título ...


Continuo bloqueado.

Preciso de começar a resolver problemas burocráticos relacionados com o hospital, que já se amontoaram aos quilos nos últimos meses. E tenho de começar a mexer-me para tratar do STPmobile v3.0. Já está escolhido o candidato... alguém quer dar uma voltinha?

10 de dezembro de 2009

What a mess...



I'm just an insect
trying to get out of the night

I only stick with you
because there are no others

You are all I need


Tenho tantas coisas para contar, tantas ideias, e tantas emoções para transmitir... e não consigo. Estou bloqueado. Que confusão.

Para já, deixo-vos só uma música que se colou à minha cabeça...

4 de dezembro de 2009

Strange news from another star

Cá estou de volta em mais um banco de medicina, presumivelmente um dos últimos que terei de fazer na vida, se tudo correr bem. Comecei o dia a chamar um táxi para me levar aqui ao hospital. Faz-me pensar que o que ganho no banco gasto a transportar-me e a comer, mas se uma pessoa for a pensar sempre assim quantitativamente acaba por enlouquecer. É muito bom ir a dormitar a caminho do local de trabalho, ser deixado mesmo à porta, não ter preocupações em arranjar lugar para estacionar, e demorar 10 segundos ao frio antes de entrar... É, eu acho que me ia dar bem com um motorista particular.
Enfim... cá vou tendo de esperar mais um bocadinho pelo STPmobile v3.0. Mas já pus os meus contactos a funcionar...
Aqui no SO isto parece o Apocalypse Now. Estão a fazer obras com berbequins e martelos pneumáticos mesmo por cima e ao lado, e portanto é impossível auscultar doentes, o que, num banco de medicina... o que é que pode correr mal? Ah e tal porque você não tem edema nenhum do pulmão, vá para casa e tome uma aspirina. Sim, sim, murmúrio vesicular mantido, você está aí para as curvas, homem! Limpe-me essa cara que está um bocado azul, o que é que faz na vida, pinta barcos?
Bem... escrevo só para dar notícias ao pessoal. Tenho andado mesmo ocupado, com várias coisas para tratar, trabalho, e pouco tempo em casa. Tenho ocupado por completo a cabeça e não quero que me levem a mal as pessoas que se possam estar a sentir negligenciadas; divido o meu tempo por tanta gente que não tenho sequer dormido como deve ser. No fundo estou em todo o lado e não estou em lado nenhum. Com a escolha da especialidade, não vai haver tantas oportunidades para estar com algumas pessoas, por isso convém aproveitar agora.
Saio daqui lá para as 20.30h. Atravesso a rua, vou até à reitoria, tento comer qualquer coisa ou beber uma cerveja algures, e às 22h é o concerto dos Nouvelle Vague. Gosto. Estou ansioso por ver como se portam em palco, já que têm uns covers muito doces. Aquela maneira de cantar em inglês com sotaque francês é bastante atraente...
Talvez depois haja um copinho por aí, se ainda houver energia.
E amanhã convém acordar cedo, preparar o trolley e ... ala para Londres! Indeed ...

30 de novembro de 2009

Lokomotiv @ HCP


Hot Clube de Portugal, concerto da banda Lokomotiv: Mário Delgado (guitarra), Carlos Barreto (contrabaixo) e José Salgueiro (bateria). Já os tinha visto a tocar uma vez na Academia de Amadores de Música de Lisboa. Foi bom reencontrá-los por aqui, noutro ambiente, noutro contexto.

Deu para estar com amigos que não via há muitos meses - meses demais. Festejámos a escolha da especialidade (alguns) e o fim da tortura do exame da Ordem (os outros).
Claro que na viagem para lá estraguei, talvez pela última vez, o STPmobile II. Ficou parado em cima de uma passadeira na avenida da liberdade e tive de chamar o reboque pela segunda vez em duas semanas, para o mesmo sítio, e pela terceira vez este ano. Quando liguei para a assistência em viagem disseram "Ah, é o senhor João Santos? O do ZX?". Não, estava a brincar. Mas podia bem ser.
Uma mensagem especial para a minha afilhada da faculdade. Vera, se me estás a ouvir (lol), eu sei que sou o padrinho mais desnaturado que podias arranjar (foi o Gonçalinho que to impingiu...) e não te dei atenção, mas desejo-te um grande Ano Comum em Aveiro! E sim, vou seguir o teu conselho e ter muito juízo! Segue também tu o meu e faz o favor de aproveitar bem este ano, ouvistes?

27 de novembro de 2009

Eu?!


Hoje consegui que me chamassem várias coisas:

Chato - ( por estar sempre a picar uma colega gira que me trata mal comó caraças). Ai que chato, não me aborreças! (colega).

Burro (indirectamente) - Então e a doente vai de ambulância, doutora?, Não, vai de burro! Para perguntas estúpidas respostas estúpidas! (doutora).

Estúpido - Onde está o processo da cama 33?, Está à sua frente, doutor (e estava mesmo), Ah, que estúpido..., Pois, se o doutor diz que é... (enfermeira).

Parvo - Porque ah e tal, eu vou mesmo levar isto ao laboratório para a análise sair mais depressa. Sou parvo, é o que é!, É o próprio doutor a dizer, saiu da sua boca! Assim não temos que ser nós! (duas enfermeiras).

Convencido - por dizer que sou boa pessoa e por tudo o resto, alegadamente (a mesma colega).

Alérgeno - Estou cheia de alergia! Deve ser a ti! (a mesma colega).

Preguiçoso - Por estar a descansar um bocado e não me apetecer nada fazer uma nota de transferência da mesma doente que vai de ambulância e não de burro (a mesma colega).

Preguiçoso, parte 2 - Por chegar a casa às 18 e tal e queixar-me na net, e alegadamente por tudo o resto, incluindo a especialidade para que vou (amiga e enfermeira).
Mimado - Nota-se que és muito mimado. Ai tens uma irmã? Ia apostar que és filho único! (a mesma colega).
*
Só vos tenho a dizer uma coisa: vou trabalhar para aqui :P
Um sítio agitado e stressante onde grandes perigos se escondem em cada esquina...

Vão mazé trabalhar!

Reunited



There's one perfect fit
And sugar this one is it

Grandes Faith no More :)

26 de novembro de 2009

I could do it forever 'til I drop ...



The song of the Count - Sensored
(descoberta pelo meu amigo Rui)

Sempre gostei imenso do conde, mas este vídeo está muito, muito bom...
E adoro a música...

Concertos


Depeche Mode, pavilhão atlântico


Tenho andado numa de ir ver concertos. Não queria deixar de falar novamente no concerto dos DM, que me surpreendeu largamente pela positiva.Não posso dizer que sou um fã antigo, e talvez nem me possa considerar um fã no sentido comum do termo. Mas a verdade é que os gajos deram um grande espectáculo, desde o som, à voz, às imagens escolhidas no ecrã atrás do palco (houve partes que pareciam videoclips filmados em tempo real). Houve quem dissesse que eles não interagiram muito com o público, mas sinceramente não me importei. Consegui dançar ao som de algumas músicas, e não é fácil pôr-me a dançar.



Porcupine Tree, @ Incrível Almadense - 20 de Novembro


Obviamente que este concerto já foi diferente, bastante mais introspectivo, com um ambiente completamente diferente. Aqui eu conhecia as músicas todas, e posso dizer que sou fã da banda. Não dancei, mas cantei bastante, e até deu para beber uma cerveja (ou quatro...).

Muito obrigado à companhia, tanto num caso como noutro!


Gostava de ir ver Muse. Comprei hoje um bilhete, mas já tinha um jantar combinado... Estou indeciso. Acho que vou ser pai natal mais cedo!


E... provavelmente vou ver Alice in Chains, ainda espero confirmação!

21 de novembro de 2009

Fisherman's friend


O shot mais horrível que já provei. Não por ser muito alcoólico, mas sim porque o sabor é terrível! Como podem beber isto na Finlândia? Preferia beber gasolina ...
Não me enganam segunda vez.

17 de novembro de 2009

Tetris - O Regresso 2

(20 para as 15)
E já estou em casa. Espero dormir até amanhã! Nem fome tenho. Xixi cama.


(Meio dia e tal)
Pronto, fez-se a apresentação. Parece-me que correu muito bem. Aliás, as coisas correm-me sempre muito melhor quando não posso estar menos interessado nelas.
Entretanto surgiram-me enjoos matinais fortes, presumivelmente iatrogénicos. Bebi um carioca aqui na enfermaria e ia-me vomitando.

*
(8 e 22)
Daqui por 10 minutos começa a apresentação e estou sozinho no anfiteatro a gravar a apresentação da pen para o computador. Que correria. É sempre tudo em cima do joelho, tudo sob pressão, por estupidez minha. Desejem-me sorte. Estou cheio de sono e quero voltar para casa rapidamente... Claro que depois ainda vou cá estar no hospital até meio da tarde na enfermaria, mas... faz de conta que logo a seguir a isto vou para casa que é para motivar.


(4 e 20 da manhã)

Eu só ia dormir até à uma e meia, fechei os olhos e agora vai para as 4 e meia da manhã. Estou tão lixado... ainda falta bué para acabar a apresentação e no limite tenho 3 horas para o fazer :S

*

(21 e picos)

Já fiz mais uns 6 slides. Só faltam uns 7. Está a ficar mais ou menos, dá para safar. Mas estou estoirado desta porcaria. Ainda por cima uma coisa tão fácil...
Acho que vou ver um bocado de tv ...

*

(falta pouco para as 17h)

Vou apresentar amanhã no hospital uma sessão do Journal Club, às 8 e meia da manhã. Esta apresentação já foi adiada duas vezes, portanto já a devia ter pronta. Ainda por cima escolhi um artigo relativamente fácil de analisar e de fazer a apresentação, mas estou aqui num café a fazer a metade que falta. Está a custar-me à brava, mesmo ... Estou a funcionar com 10% dos neurónios, e todos eles bastante afastados uns dos outros. Mas o que tem que ser tem muita força. Senão chego lá amanhã ao anfiteatro, em frente aos médicos e colegas, e ponho-me lá a fazer malabarismo, cabriolas, dar cambalhotas e cantar cantigas de escárnio & maldizer para os entreter. Acho que não iam achar muita piada. Não pode ser. Tenho mesmo que fazer isto :S

16 de novembro de 2009

Tetris - O Regresso

(Às duas e pouco da manhã, antes de dormir)

"I have forgiven mistakes that were unforgivable, I have tried to replace those who were unreplaceable and tried to forget those who were unforgettable. I have done things on impulse. I have been let down by those whom I thought would never let me down but I have also let others down. I have laughed when It was almost impossible to laugh. I have held someone to protect them. I have made life long friends, I’ve loved and been loved. I have screamed and jumped for joy, I have lived on love and made eternal promises of love. I have fallen many times. I have cried while listening to music and also when looking at photos. I have called someone just to hear their voice. I have fallen in love with a smile. I have also thought I was going to die from loosing someone special and I did loose them! but I lived! And I still live! I don’t allow life to pass me by and neither should you! Live! What is really good is to fight with determination, embrace life and live it with passion! Loose your battles with class and dare to win because the world belongs to those who dare and live, Life is worth too much to be insignificant.".

"I" - Charlie Chaplin

É bonito ...

*

(em casa, é quase meia noite)



"Gonna take my time
I have all the time in the world
To make you mine
It is written in the stars above
The gods decree
You'll be right here by my side
Right next to me
You can run but you cannot hide

Don't say you want me
Don't say you need me
Don't say you love me
It's understood
Don't say you're happy
Out there without me
I know you can't be
'Cause it's no good

I'll be fine
I'll be waiting patiently
Till you see the signs
And come running to my open arms
When will you realize
Do we have to wait 'till our worlds collide
Open up your eyes
You can't turn back the tide

Don't say you want me
Don't say you need me
Don't say you love me
It's understood
Don't say you're happy
Out there without me
I know you can't be
'Cause it's no good

Gonna to take my time
I have all the time in the world
To make you mine
It is written in the stars above

Don't say you want me
Don't say you need me
Don't say you love me
It's understood
Don't say you're happy
Out there without me
I know you can't be
'Cause it's no good."

Gostava que tivesses razão, Dave. A sério que gostava. Só que isso que dizes às vezes são tretas... Aprecio a autoconfiança e o romantismo louco de saber esperar pacientemente e não sei quê, mas olha que elas não pensam como nós. Esquecem-se muito mais facilmente...
Mas grande música e letra, e estiveste muito bem no concerto. Parabéns! Sabia que vocês eram bacaninhos e por isso dei-me ao trabalho de esperar (lá está, como tu, eu também sou desses que dizem que esperam pacientemente) numa fila com 10 quilómetros para trocar o bilhete. O que não contava era gostar tanto.

Só tenho pena de não terem tocado a "Free Love"...

*

(de banco; são 5 da tarde)

Lá fora chove, o céu vai de cinzento para preto, e as pessoas com tosse, falta de ar, ranho verde e alergias não param de entrar aqui na sala dos aerossóis.
Não há, talvez, sítio no mundo onde me apetecesse estar menos do que aqui. Os doentes precisam de atenção, cuidados e diagnósticos céleres, e alguém que fale delicadamente com eles.
Apesar de tudo, estou a conseguir fazer as tarefas correctamente e relacionar-me bem com eles. E dá-me algum alívio ver que ficam muito agradecidos com o cuidado que tenho. Alivia as dores a ambas as partes da relação médico-doente...
Lá fora chove, e eu estou de volta ao fundo do poço. Lá de cima despejam baldes de água, e as paredes são demasiado escorregadias para que emaranhe por elas. Tudo o que consigo é ficar com as unhas cobertas de verde-musgo.
Estou mesmo de volta ao sítio que tão bem conheci e tinha prometido a mim mesmo não voltar. "Não voltes nunca a um sítio onde foste tremendamente infeliz" - poderia dizer o adágio. Acho que às vezes não tem mal nenhum em querer voltar a algo onde se foi feliz, desde que não se descubra que é impossível lá voltar, e o arrependimento de de lá ter saído um dia nos faça ... tremendamente infelizes.
Seja como for, já conheço este buraco. Já não me lembro do caminho que fiz para sair dele, mas sei que demorou anos suficientes para me ter tornado uma pessoa muito diferente do que era antes quando cheguei à superfície.
Rezem por mim.

9 de novembro de 2009

Caraças ...

Ainda ontem estava de férias... e hoje foi logo de manhã cedinho, e agora banco até às 8 de terça... e ainda hei de cá ficar no hospital até "praí" às 16 h. Triste fado. Vida sem esperança ...

Que saudades das minis, de dormir até às 17h e de jogar fifa até às tantas ...

7 de novembro de 2009

Atrás no meu tempo

Estou no carro e nem posso ouvir música, sob pena de gastar a pouca bateria que tenho para arrancar com o carro não sei para onde.
Lá fora está frio e chuvisca. O asfalto está molhado, e vai sendo enxugado por pneus que vez ou outra passam devagar à procura de lugar para estacionar. É já noite profunda e o silêncio impera, poucas vezes interrompido.
Ainda cheira a terra molhada, embora olhe pelas janelas do carro e não veja terreno virgem que pudesse apanhar as gotas de chuva. Chuva molha-tolos. Mas não molha o maior deles todos, que está abrigado.
A lua já não está cheia, mordida que foi por dois ou três dias que passaram.

Vejo à minha frente uma vizinha de quarteirão a tentar estender a roupa na marquise, daquelas cobertas com cimento esburacado em padrões rectangulares. Para além do padrão, há uma espécie de tela a todo o comprimento, iluminada por raios amarelos foscos vindos de dentro de casa.
Qual sombra chinesa, os gestos da minha vizinha fazem-me lembrar um louva-a-deus, de patas dobradas enormes e cabeça bem pequenina, na forma e na metáfora. Ela é bem linguaruda e venenosa segundo dizem e garantem a pés juntos. Um louva-a-deus não fala muito, mas tem um ar perigoso. Nem de propósito...

Como alguém disse um dia, a solidão de um homem vê-se quando todas as outras pessoas estão a dormir. Não sei se concordo. Podem estar a divertir-se à grande e à francesa, alheias à nossa existência. Olho para o conjunto de pequenos circuitos integrados que é o meu PDA, maravilha da tecnologia, e serve apenas para me dar ainda mais solidão. Não recebe mensagens, não recebe ligações, apesar de todo o potencial que tem para o fazer.
Talvez as pessoas se sentissem menos sozinhas quando não havia telemóvel. Pelo menos sentiam a angústia de ver o carteiro chegar sem correspondência, mas depois resignavam-se à impossibilidade de comunicação até ao dia seguinte...
As coisas aconteciam mais devagar antes, e portanto havia mais tempo para reflectir, sentir, agir em conformidade, e provavelmente ainda íamos a tempo mesmo com uma demora de dias, semanas, meses.

Se agora surgir uma dúvida, não há tempo para pensar. Não há tempo para cair em nós. Ou decides na altura, ou já passaste à história. Tens de ser rápido no gatilho, de remate fácil, falhando ou acertando, mas tens de o fazer. Se te deixas dormir perdes a bola. Que a vida é curta e há sempre alguém a querer ocupar o teu lugar e mostrar que é mais rápido a decidir.

Acho que estou muito atrás do meu tempo. Acho que me dava melhor no tempo das cartas sem correio azul, do ter de ir telefonar ao centro da vila, no tempo em que o sol demorava muito mais que doze horas por dia a pintar o céu, e em que por muito que quisessemos fazer uma loucura tínhamos de esperar pelo autocarro do dia a seguir.

O tempo está sempre a passar. Não o podemos recuperar nem guardar, só gastar. E passa cada vez mais depressa e sinto que não estou no mesmo compasso...

A vizinha-insecto já se recolheu, e já só vejo as silhuetas de enormes soutiens dos quais julgo vislumbrar os debruns rendados. Já não passam carros na rua. O telemóvel continua bem calado no banco do lado.

Acho que vou arriscar e ouvir no rádio uma música ou duas, para não sentir tanto a falta de apreciar estar sozinho. Não vou a lado nenhum, de qualquer maneira ...

3 de novembro de 2009

Creep



Whatever makes you happy
Whatever you want...

A primeira vez que ouvi esta música foi de uma cassete que a minha tia Teresa me deu nos anos. Já não me lembro que idade tinha, mas seguramente tinha pelo menos uns 15, porque ela sabia que eu era maluco por Nirvana e ela tinha lá gravado algumas músicas que eu nem sequer conhecia deles (o que, na altura, era difícil). Para além disso, tinha também aquela dos Spin Doctors... enfim, era um apanhado de canções da altura.

Sei que para muita gente esta música está super batida, mas eu não consigo deixar de a admirar. Não sei que se já contei aqui, mas por acaso estive a pesquisar um bocado e li algumas fontes directamente ligadas ao Tom York que contam mais ou menos a história por detrás do tema. Supostamente é sobre um rapaz que passa as noites num bar, e costuma ver lá uma mulher que acha perfeita, mas nunca consegue aproximar-se dela e dar-se a conhecer. E depois ela, invariavelmente, acaba por se ir embora, e ele, já ébrio, amaldiçoa-se por não ter coragem de a abordar.

Depois de ter sabido disto ainda gostei mais da música, particularmente da parte final, porque acho que ilustra exactamente esse sentimento. Não há muitas músicas que eu considere que sejam assim tão bem conseguidas. Mas... palavras para quê, são os Radiohead!



30 de outubro de 2009

Querer. Insistir. Não desistir.


Querer

Não podemos ter sempre o que queremos. Se os Rolling Stones falaram nisto mais de dez anos antes de eu nascer (daqui a pouco mais de 15 dias a música completa 41 anos) alguma razão devem ter.
Mas hoje um amigo meu disse-me uma frase tão atabalhoada e quase falaciosa e irreal, que me fez todo o sentido. Se calhar foi aquilo em que quis acreditar, e por isso, mesmo atabalhoado, o raciocínio pareceu-me lindíssimo.

Era algo como isto: não interessa o que os outros querem. O que interessa é o que tu queres. O que tu queres está ao teu alcance. E o teu querer pode mudar o querer dos outros.

Enfim... era qualquer coisa assim. E eu estou a esforçar-me por acreditar na ideia dele.


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Insistir

Ontem comprei umas botas Cat® muito giras. E apesar de ter ido jogar à bola ontem e ter lixado os pés todos, achei uma excelente ideia ir hoje de manhã com elas calçadas. Andar um quilómetro a pé, a subir, até ao hospital, percorrer corredores, subir escadas, cirandar pela enfermaria... e depois, à saída, tornar a fazer o mesmo caminho.
O resultado: as botas comeram-me os calcanhares, literalmente.
Não contente com isso, bebi umas quantas minis e fui jogar à bola a seguir porque um amigo precisava de mim. Que se lixem os pés, o que é que pode correr mal?
Andei lá a correr que nem um maluco, a doer-me à bruta, mas não quis saber, insisti. Queria sentir a dor, ali, à rijo, para me fazer esquecer de outras dores. Como quem dá uma martelada no dedo para tentar esquecer uma dor de dentes. Corri o mais depressa que pude, chutei com toda a força que conseguia, até jogava a bola à Madjer e tudo. Até que deixou de doer e tinha as meias em sangue.

Cheguei a casa, mal conseguia andar. Mas o pior estava para vir. Quando a água do duche desceu pelo corpo, a arrastar o sal até aos calcanhares.

Coisas como estas esculpem o carácter de uma pessoa. Só pode.


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Não desistir

Hoje desistiram de mim no trabalho. Há muito tempo que se vivia um clima de tensão de cortar à faca naquela sala de enfermaria, e por fim houve uma mudança. Já não sou orientado pela mesma pessoa. Estava a custar-me muito levar na cabeça todos os dias, sempre com reforços negativos, e ter de assentir como um autómato, sem questionar, sem discutir, sem ousar entrar em conflito. Estava a reprimir-me e isso levou-me perto da exaustão emocional.
O tempo foi passando e não sei para onde ele foi. Sei que sempre pensei que fosse eu a quebrar e solicitar uma mudança. Aliás, isso já me tinha sido sugerido. E acabei por não ser eu.
Cheguei lá hoje de manhã e a decisão já tinha sido praticamente tomada. Bastava eu dizer que concordava, que achava bem. E portanto, fui chamado à famigerada sala do director.
Como me foi explicado, isto não é muito diferente do futebol. Porque é que com o Quique não resultava e com o Jesus resulta? Eu respondi - motivação. Pois, mas não é só isso. As pessoas têm de encaixar. E às vezes não encaixam, e não pense que é o primeiro. E isto é trabalho de equipa. E eu estou aqui para detectar quando as coisas não correm bem e quando as pessoas não encaixam. E no seu caso detectei que havia um problema sério. Temos de encontrar o melhor espremedor para tirar o sumo que falta para encher o copo. Sim, disse eu. Mal sabe ele que eu comparo tudo o que vejo na vida e tudo o que me acontece com o futebol.

Podia ter algumas boas conversas com ele. E por ter sido franco comigo, confessei-lhe que a medicina interna não era o meu prato, que não era vocacionado para a especialidade, e só não usei o verbo odiar por pudor. Mas achei que ele mereceu a minha franqueza, e quero pensar que a apreciou.

Aquilo que aparentemente é uma derrota acaba por não o ser. Aguentei, aprendi (porque aprendi e aperfeiçoei muito algumas coisas com a minha former boss), mas nunca nada parecia ser suficiente ou motivador para continuar.
Quiseram tornar-me rápido e eficaz a ver doentes, a despachar as coisas depressa e bem, a lembrar-me de tudo como se já fizesse aquilo há bastante tempo. Eu sou lento, mas sei que estou a aprender, e se fizer as coisas devagar e com uma curva de aprendizagem longa um dia serei mais rápido.
Eu não sou uma máquina. Eu gosto de pessoas. Gosto de falar com elas. E decidi que, com 99% de certeza, não vou para uma especialidade médica - com enfermaria - não por causa dos doentes, mas por causa dos médicos que lá trabalham.
Foram sinceros comigo logo nas primeiras duas semanas quando me disseram que eu tinha que me tornar mau. Mas eu não quero, mesmo que para algumas pessoas isso seja sinónimo de incompetência ou insuficiência.

Eu quero muito ser feliz, seja lá o que isso for; não sei o que é, mas sei que o que não é é ser-se um frustrado emocional, com maneiras desajustadas de me relacionar com os outros.
Ainda faltam dois meses para sair dali. Mas como disse um outro amigo meu, o tempo está sempre a passar. Estás aqui a falar comigo e o tempo está a passar. Vais à casa de banho e o tempo está a passar. Vais ter duas semanas de férias, e alguns fins de semana, e o tempo continuará a passar. Estás a dormir e o tempo vai passando. Cada vez mais perto. Não sei do quê, não sei de onde, mas fora dali.

E às vezes... muitas vezes, até acabo por ter o que quero. E não quero desistir de nada do que desejo para mim.




"Não interessa o que os outros querem. O que interessa é o que tu queres. O que tu queres está ao teu alcance. E o teu querer pode mudar o querer dos outros.".