24 de junho de 2009

Falou e Disse - 06

stp says:
como tou melodramático


stp says:
cá vai uma bela musiquinha triste


stp says:
http://www.youtube.com/watch?v=6FSkL9hMhpE






Moony says:
ben harper é fofinho


stp says:
essa música foi feita de propósito para mim.

stp says:
LOL

Moony says:
ah pois claro

stp says:
lolol

stp says:
sériooo

stp says:
n sabias ?

Moony says:
tens que mo apresentar, então

stp says:
opá

stp says:
eu expliquei-lhe a minha cena pela net...


Moony says:
loooool

stp says:
e ele "epá... puto... tás na merda... vou escrever uma música para ti...".



Falou e disse - 06

stp says:
como tou melodramático
stp says:
cá vai uma bela musiquinha triste
stp says:
http://www.youtube.com/watch?v=6FSkL9hMhpE


16 de junho de 2009

Amor...

Houve quem me desafiasse, porque o amor, amor verdadeiro, só o vais saber se existe no dia em que fechares os olhos, e, momentos antes ponderares o que viveste: ai sim, podes tu dizer, foi aquele. E mesmo assim posso dizer que talvez não tenhas vivido o suficiente. Podes sempre dizer aquilo que quiseres, eu não vou levar a mal. É uma pergunta pá, não leves a mal aliás, nem é bem uma pergunta: é um pedido de validação. Sorrio. Esperas então que eu pense assim, que só errando seca e Meca, bebendo água de todas as fontes, subindo a todas as montanhas e espreitando a todos os penhascos, vou saber. E mesmo assim, só posso reunir toda esta informação no dia do óbito. Macabro. Assertivo. É uma busca metodológica, um plano de busca. Há que dar uma certa ordem, eu acho. Eu não sei, já pensei de maneira mais diferente, o que não quer dizer que valide.

O amor também é uma arma da evolução, à imagem do polegar oponível. O amor dos pais pelos filhos faz com que passemos os melhores ensinamentos à próxima geração, que nos sacrifiquemos para lhes dar o melhor, melhor do que o que nós tivemos parece ser sempre a meta. O amor que temos por alguém, faz-nos pensar que o é por si. Não acho que seja importante saber se é o mais, se é o diamante em bruto, já que diamantes em bruto não passam de pedras, e dão um grande trabalho a lapidar e, quando o acabamos de lapidar, não podemos mostrar a ninguém pois todos o querem roubar! Acho que o amor se modifica ao longo da vida, ou pelo menos, vamos vendo várias faces, várias utilidades (quem sabe desculpas!). Passando de uma concepção muito semelhante à arte pela arte, acho que vai se esbatendo naquele medo que temos encravado na espinha de ficarmos sós.

Será que o vamos encontrar, será que o identificamos, será até mesmo que o existe, assim como se nos parece ser apresentado? Não sei se é um caso de busca, pois há quem procure muito e não ache. Acho que antes terá a ver com o que queremos e quem pensamos ser, o amor é um sentimento individual – amar é por si estar só. Se o estar só é o que nos apavora, se calhar é melhor eliminar o limite máximo deste sentimento… não queremos estar sós.

Devia eu não estar a dizer estas coisas mas, se é o que eu penso. Não procuro, não com medo de o achar, mas tenho o equilíbrio entre o só e o acompanhado, entre o eu e o nós. Difícil enquadrar o amor na vida, nas pessoas, no só de cada um. Escrevi do amor, e não das pessoas, não gosto de misturar coisas feias no meio de algo que se quer belo!

15 de junho de 2009

Makin' Whoope

The Fabulous Baker Boys, de 1989: grande cena com Michelle Pfeiffer e Jeff Bridges.

7 de junho de 2009

Aeon

Era certo que estava farto de mim mesmo. Das conversas habituais, dos mesmos cafés, das costumeiras ilusões que se auto-alimentam. Mas julgava ter aprendido a viver com as areias movediças e as fogueiras da minha vida. Elas existiam, mas sabia onde estavam e portanto bastava que não me aproximasse muito delas. Podia sentar-me ao largo da chama desde que nela não me imolasse.

Escolhi um dia para não ser quem sou.

Caminhei agradavelmente lado a lado contigo por um ou dois pares de quilómetros, só aquecido pela tepidez da lua redonda e salgado pelas gotículas que se desprendiam das algas e das ondas que empurravam os pontões e comiam os areais. Lá no fundo do horizonte, onde o céu já ficava escuro, irrompeu do nada um fogo de artifício.

- Adoro fogo de artifício - disse eu. E era verdade.

E ficámos a ver as cores e as formas cintilantes lá ao longe, sucedidos pelos estoiros atrasados da pólvora.

- O que eu não gosto no fogo de artifício é o barulho - disseste tu.
Quase observei que muitas vezes devemos aceitar o mau com o bom, mas achei que era um cliché desnecessário. Depois quase disse que o barulho que consideravas mau me agradava a mim, porque parecia que troava no meu peito e me fazia sentir mais vivo. E era verdade, mas achei que ia soar excessivamente dramático.

Até essa altura tinha tentado esconder de mim mesmo que sabia que me tinha partido em dois, e que metade de mim ficou contigo a ser quem querias que fosse, esculpida cuidadosamente para a função.
A outra metade, amorfa e temperamental, já tinha fugido pelo universo inteiro, fugindo do teu cheiro, dos teus cabelos... das curvas do teu vestido colorido, do branco das tuas sandálias... do vermelho das tuas unhas... e incapaz de fixar o olhar em ti por mais de meio segundo.
Foi jogar ténis na terra batida de Marte, que nem se via dali por causa da lua cheia. Nadou em vapores de vinho verde, apanhando bivalves nos dois dedos de líquido que restaram no fundo da botelha. Encarnou um gato que patinhava perigosamente na berma da autoestrada, desafiando o destino certo - tu não o viste porque ias de mãos a tapar os olhos. Percorreu a pé as fachadas dos edifícios de lisboa e os telhados íngremes dos palácios da linha. Foi cada uma das tiras pensativas de um traço descontínuo que ondulava ao aconchego da marginal, engolido devagarinho pelo carro que conduzia.
Foi cada nota da boa música que jorrava do rádio do carro. E trauteava, tentando alhear-se à tua presença, deixando a outra parte de mim fazer aquilo a que se propôs. E essa, que permaneceu à tua beira, ocupava-se numa luta de esgrima de colheres contigo, afogada num mar cremoso de fondant de chocolate.
Tirei o dia para fingir que era capaz de ser quem queria.
E de cada vez que disseste que o tempo cura tudo, mais as duas metades se separavam: uma delas, a que ficou à tua beira, sorria de forma cúmplice num ensaio de diplomacia; a outra, atiçada, gritava da outra ponta do universo que não! que não era assim! que havia coisas que não curavam nem que passassem eons!

Mas, num abraço final, devolveste uma à outra as duas metades de mim, mostrando-me que elas tinham que aprender a viver juntas.

- Até amanhã... - disseste.
- Até... - pensei, surpreendido.
A reunião provocou-me um tremor incontrolável que não me abandonou durante as duas horas seguintes, como se as duas metades não brilhassem por estarem juntas e se recusassem a encaixar.

5 de junho de 2009

5 de Junho

Não podia deixar de assinalar o dia 5 de Junho, pois para mim é uma data importante, o meu feriado pessoal. A forma que encontrei de o fazer é deixar-vos com esta bela música - mais uma - dos Pink Floyd. Estive hoje no carro a ouvi-la em repeat...

Pain, lots of pain !

Prossegue a recuperação. Afinal parece que vai ser mais rápida do que eu julgava. É como no FCP, em que os jogadores partem as pernas, mas 10 dias depois estão a jogar bem e a marcar golos, tudo por responsabilidade do departamento médico :)
Mentira: afinal não havia rotura nenhuma. Apesar de ter doído como o caraças e de ainda não conseguir correr com arranques e piques, já vai dar para jogar à bola em breve!

O problema é que a minha fisioterapeuta preferida me disse que a minha postura está completamente errada... (eu bem me perguntava porque é que às vezes na rua me chamavam de Quasimodo) e portanto pôs-me a fazer uns exercícios com alongamentos e umas respirações todas elaboradas. E aquilo é uma tortura medieval. Suspeito que da próxima vez me vão atar os membros a quatro cavalos e pendurar à frente de cada um deles uma cana de pesca com uma cenoura no anzol. Bem capaz disso era ela.

Para além disso a minha flexibilidade sempre foi - e é - zero. Tenho as ancas todas anquilosadas, todo eu sou um bloco não articulado, feito de duas ou três peças.

Naquela sala é comum homens feitos chamarem pelas mães, segundo me disseram... certo é que, apesar de não correr nem jogar à bola, no dia a seguir a cada sessão não me mexo.