5 de fevereiro de 2010

Quatro curtinhas e uma mais comprida

Li algures que uma das maneiras de alguém limpar a cabeça e se tornar mais leve é ir deitando coisas fora. Por outras palavras, não deixar acumular coisas ao longo do tempo em gavetas, armários, prateleiras... coisas que de certeza que não vão ser usadas novamente, ou que não são recordações assim tão importantes.
É claro que para quem como eu guardou imensa coisa desde há bastantes anos a esta parte, o processo se torna lento e trabalhoso, porque envolve uma triagem das coisas que quero guardar. Desta vez decidi não ser tão picuinhas e tentar deitar fora o máximo de coisas possível. Para variar, ter espaço disponível para guardar coisas novas é uma boa sensação.
Então, neste processo, fui encontrando algumas coisas engraçadas...


Desenho da minha amiga Let de há tempos atrás, referindo a minha alergia a gatos... ela só tem três! Acho que foi feito em Aljezur, mas não tenho a certeza... eu estava sempre a beber coca-colas.


Novo desenho da Let, sobre uma queda que dei, de bicicleta, enquanto tentava carregar com dois sacos de pinhas e caruma de pinheiro (para acender a fogueira para o jantar), uma em cada mão. Feri uma mão toda. Na altura ainda nem andava em medicina, mas fiz um desbridamento da palma da mão com um canivete ferrugento. Estava traçado o meu destino...

Sem comentários, excepto um: só o usei para tirar a carta.


Já publiquei esta tira aqui no blog há bastante tempo atrás. Mas resulta sempre, pelo menos para mim. Quanto mais "crescido" fico, mais me apetece às vezes responder assim a determinadas pessoas ... Aliás, uma das coisas em que tenho orgulho - e vem certamente com a idade - é o facto de não papar grupos.
*
Tenho notado, desde que comecei a trabalhar, que há uma coisa que está diferente. Quando estava nos estágios ou nas aulas na faculdade, as pessoas, em especial as raparigas, não opinavam tanto sobre o aspecto umas das outras, pelo menos abertamente e à frente da pessoa. É claro que sempre houve muito corte e costura, mas habitualmente os comentários eram refundidos, e embora toda a gente falasse sobre toda a gente, poupava-se o visado.
Agora não é assim. Raro é o dia em que meto os pés no local de trabalho e não há uma colega, uma enfermeira, uma administrativa, ou uma auxiliar de acção médica, que não comente sobre qualquer coisa. Ou é o meu casaco que é giro, ou é o meu casaco que tem pêlos do meu cão. Ou são os meus ténis que são coloridos e alegres, ou são os meus ténis que são tão amarelos na parte de trás que até ofuscam e de certeza que os comprei para que ninguém me atropele a atravessar a rua. Ou é porque não corto a barba ou é porque a cortei - normalmente dizem "ficavas tão mais giro se ...", mas já aconteceu o contrário, reconheço (há que fazer justiça para não parecer convencido nem falso modesto, o que é um equilíbrio difícil de gerir). A última foi sobre o cabelo. Uma das minhas colegas, quando viu o corte de cabelo que fiz (e ela até tinha sido avisada por mim que tinha cortado...) fez uma cara como se estivesse a ver o Cavaco pela primeira vez a comer bolo rei. Mais tarde lá disse que me dava um ar mais respeitável. Ou seja, parecia um mendigo antes.
Gosto de ver que as pessoas têm opiniões e gostam de socializar umas com as outras. Mas... e aqui tenho que sublinhar isto, dada a frequência relativa dos comentários por parte de elementos do género feminino atingir os 100%, a verdade é que desde que comecei a trabalhar que ELAS não conseguem estar caladas. Não percebo. Mas para que é tanto comentário? Não podemos falar do sporting que levou 5 batatinhas? Ou de como foi o fim de semana passado, ou quais os planos para o próximo? Há tantas coisas para comentar que não passam pela maneira de vestir ou pelas opções estéticas de apresentação do outro. É claro que às vezes elogio uma rapariga, se achar que realmente é merecido, não será mal interpretado, e que é sincero. Ora... é raríssimo que estas três premissas coexistam quando alguém se dirige a mim com uma observação.
Ainda por cima, quando são rapazes, nunca comentam. Sabem, nós conseguimos estar calados em várias situações em que isso é vantajoso. Às vezes menos é mais, e elas não conseguem perceber o conceito.
Quanto a mim... bem, já não respondo. Encolho os ombros e falo sobre outra coisa qualquer.

8 comentários:

  1. LINDOOOO!!! Passei ao lado de uma grande carreira como caricaturista... lolol. Sim, esses desenhos são de Aljezur, do 1º ano que lá fui, e em que assisti ao desbridamento da ferida :P. Confesso que já não me lembrava de alguns pormenores como o gato ou a coca cola, mas agora que dizes... pois é... belos tempos!

    Quanto ao resto...bem, eu sou suspeita em falar, já que cada vez mais me convenço que o meu 2º cromossoma x foi um erro de percurso... lol. Não tenho nada o hábito de fazer esse tipo de comentários, e quando o faço é porque é sentido. E detesto quando fazem esses comentários sobre mim, quando eu sei que são apenas reflexo da futilidade e vazio de espírito das pessoas em questão. Só apetece dizer "get out of parvalheira and get a life!".

    Beijinhos

    P.S. Espero que não tenhas deitado fora as minhas obras de arte... ainda irão valer muito dinheiro... :P

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  2. É verdade, o Horácio está alive? (Horácio é o nome daquele pequeno dinossáurio das tiras da Turma da Mônica, verde-alface).

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  3. Claro que sim! É tão lindinho ...
    Anda tão benzinho ... de certeza que n queres trocar ?

    Nunca pensei que o carro andasse tão bem... mas não te preocupes, está bem estimado :)

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  4. Não! Só troco por um VW Golf de 2000, azul escuro (depois conto-te, se tudo correr bem)

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  5. Este carro é maravilhoso Juanna... posso tirar uma foto com ele e colocar no blog ? :)

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  6. Que raio de pergunta.. neste momento, o carro está nas tuas mãos, portanto é teu.

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  7. A sério... este carrinho é um charme. É o flower-power :D

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  8. Descobri-te :) e não era preciso a foto...

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