15 de janeiro de 2005

“Só sei que nada sei”


Alcoól, drogas?
Talvez sejam eles as coisas que mais gosto na vida, depois da minha família e os meus verdadeiros amigos que prezo e não esqueço. São estas duas primeiras coisas que me fazem sentir bem, ou seja, abstraír-me de todo um universo de raiva e angústia que tenho por aqueles que nunca me aceitaram por não ser “exactamente” igual àquilo que esperavam de um colega, por tentar fazer as pessoas soltarem um sorriso espontâneo, mesmo que, quando a tentativa falhava, ouvisse comentários como “és tão seco, és o palhaço da turma, és uma merda”. Faz-me confusão expôr isto perante vocês, mas se é assim que tem de ser, que seja.. Os meus pais pedem-me para ter objectivos e força para ser alguém na vida, mas acredito que nesta altura da minha adolescência isso seja muito dificil para uma pessoa instável e relativamente fraca como eu. Música? Não sei, não sei apreciar música.. Sempre que gosto duma música venho a saber que não é a melhor, nem a escolhida por aqueles que eu intitulo de melomaníaco. Os momentos que passo no quarto a olhar para este écran vazio de emoções parecem tão puros, com tão pouca maldade, contrariamente àquela com que deparo de manhã quando as pessoas sentem necessidade de dar pontapés psicologicos em alguém, alguém não, os mais frágeis, que são os mais fáceis de atinjír. A minha masculinidade dever-me-ia dizer para não expôr as minhas fraquezas perante qualquer um, mas o que é que isso interessa? A maior parte das pessoas não preza a existência das outras, e como muitas das que lêem isto não me conhecem, mais tarde ou mais cedo vão acabar por esquecer ou ignorar aquilo que estou a escrever. Peço desculpa a quem não o fizer por isto, mas sinceramente não acredito que sejam muitos assim. O meu português não é dos melhores, eu sei, mas os textos são como os filmes, um bom argumento pode reparar outras lacunas. Mas este texto tem um bom argumento? Sei lá se tem, mas acho que isto não passa de uma crise de mais um adolescente farto do que vê, e não só. Sim, também estou farto de mim, não gosto de ser como sou. Considero-me materialista, mimado, e como já disse, fraco. Mas como sou um ser humano como os outros, ou talvez não seja, pelo menos como os da minha idade, que vejo estudarem afincadamente com um objectivo, fazendo por ser felizes. Como eu gostava de ser assim.. Gostava de me regalar a estudar, para mais tarde ser um bom profissional, mas a verdade é que estou no curso que estou porque os meus pais o tiraram. No fundo não gosto de curso nenhum, não gosto de fazer coisas productivas, e ocupo a mente com coisas estúpidas como a roupa e todo o materialismo redundante. Penso que seja uma pessoa com tendências depressivas pois entendo que a minha infância nao ajudou muito ao desenvolvimento do ego, sempre com uma especial queda para o pessimismo.Gosto de estar no meu quarto, é aí que me sinto melhor, sózinho, sem um decibél de barulho que perturbe a minha confusa cabeça que se tenta identificar com escritores ou músicos, ou simplesmente alguem que exponha ideias. Por fim gostava só de referir que tem sido a minha namorada que me tem dado força para tentar passar esta dificíl fase do meu crescimento. Espero que isto me passe rápido e que seja ao menos productivo para a minha vida de adulto.

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