30 de outubro de 2010
Sobre os contos peregrinos
15 de junho de 2010
Crónica de uma noite
27 de maio de 2010
Figura de corpo ausente
Quando me convocaram tentei perceber por um lado o porque da escolha e por outro tentar reverter esta convocatória. Sem resultado, quem toma estas decisões não aceita não como resposta.
Havia uma cadeira colocada estrategicamente entre as partes que deduzi ser para mim, pois além de estar onde estava, era a única vazia. Estava assim no centro da sala, a ser olhado de baixo meio de viés. Este contexto faz-me sentar sem tirar o casaco da cadeira, assumindo uma posição desconfortável, até cómica, em outra situação claro.
Uma das partes introduziu o problema, enquadrou a situação, pôs-me ao corrente e rematou com a ideia que nenhuma das partes concordava inteiramente que fosse eu o melhor intermediário, era assim como a escolha menos má. Pelo menos já sabia porque ali estava, devia-o à qualidade de ser o menos mau entre as duas partes, um sem terra.
A outra parte, acena, agradecendo no entanto a minha presença, apontando para uma taça com alguns bombons. Num segundo olhar lá vejo uns quantos bombons semelhantes a abafadores partidos ao meio, embrulhados na mais ordinária prata colorida. Lembraram-se de mim.
Estávamos nisto quando as partes se calam e esperam que eu faça o que estava ali para fazer. Tinha o casaco enrolado nas costas da cadeira, o que fazia com que tivesse-me sentado muito à ponta, e a posição não era a melhor. Bem, comecei, não me parece uma situação fácil. Pedi dados complementares, estava pelo menos a passar a bola para o outro lado, e enquanto o pau vai e vem, folgam as costas. O problema é que este ir e vir do pau foi curto e logo as costas encaixam outra vergastada. Carambas, isto é que estava ali um imbróglio.
O problema no fundo era de resolução simples, não fosse uma das partes de uma tirania já quase em desuso, fazendo uso da hierarquia e da experiência que não conhecimento, e a outra parte, habituada a não combater gumes com punhos, por artes e manhas, tentava que a cobra morresse com o próprio veneno.
Era fácil, cada um assume o papel, avançamos com isto, que eu tenho de me ir embora, estou mal sentado e ainda não recuperei nem o folgo nem a cor por ter subido vários andares encasacado.
Não podendo resolver a contenda sem apelar ao protocolo, a este apelei. Cada uma das partes teve o momento do admito que errei aqui mas só o fiz porque alguém errou ali. Não foi possível chegar a lado nenhum.
“Adeus tristeza até depois,
Chamo-te triste por saber que entre os dois
Não há mais nada para fazer ou conversar,
Chegou a hora de acabar”
11 de maio de 2010
O meu Deus é um gajo porreiro
12 de abril de 2010
Mas... e então?
25 de março de 2010
Flower Power
14 de março de 2010
Photosynthesis, at last!
Ah... e o STPmobile v3.0 já chegou há algum tempo! Tenho andado ocupado a brincar com ele! A maioria que me desculpe, mas... esta cor não é muito mais gira do que o azul?
Abraços ...
26 de fevereiro de 2010
Nunca nunca deixarei ... de ser miúdo!
Tenho muitas saudades de os ver ao vivo ...
(sim, se provas fossem precisas... sou um miúdo!).
25 de fevereiro de 2010
Happy happy joy joy!
Baby Baby
Try to find - hey hey hey! - a little time
And I'll make you - hey hey hey! - happy
I'll be home
I'll be waiting beside the phone
Waiting for you!
uuu-huuu! ... uuu-huuu!
É verdade... hoje estou contente! Pareço um miúdo!
22 de fevereiro de 2010
Duas curtas
Faith No More - This Guy's In Love With You
Apaga e rebobina
Lembro-me que esta música passava muito na rádio quando eu ia de manhãzinha bem cedo para a FCUL à boleia de um amigo meu e do pai dele. Naquelas manhãs estava frio, mas sol, e eu ia a dormitar atrás no jipe ...
Ai Nina, Nina... esses caninos à Kirsten Dunst... e eu que nem costumo gostar de loiras!
19 de fevereiro de 2010
No surprises - Endorfinizado
Reconheço que não disse quase nada, contribuindo esporadicamente com perguntas e apontamentos mínimos. Estava demasiado cansado para pensar.Então, deixei-me ficar a ouvir na maior parte do tempo.
Não quero com isto dizer que noutros tempos as pessoas eram desocupadas. Na verdade, no tempo dos meus avós acredito que não haviam tantas facilitações nos trabalhos árduos, e hoje em dia não é tão frequente apertar uma mão calejada como seria antes. Mas mesmo com todas as benesses, a verdade é que as pessoas passam mais tempo fora de casa, gastam mais tempo a deslocar-se de uns sítios para outros - muitas vezes a correr contra o tempo - sempre preocupadas com algum documento para ser entregue, alguma conta para pagar, algum telefonema inadiável, algum percalço que as obriga a ser criativas ou a redefinir prioridades a todo o momento. No fundo as variáveis são mais, as solicitações são mais, e a pressão para o êxito e para a so called felicidade é maior. E no entanto, tenho a certeza que hoje em dia, mesmo com um conhecimento mais profundo do mundo exterior e com muito mais caminhos possíveis para percorrer do que há 30 ou 40 anos, a verdade é que estou convencido de que somos muito menos felizes e muito mais insatisfeitos do que os nossos ascendentes. Talvez este seja outro dos tais casos em que mais é menos.Não me posso queixar. Há dias em que estou de banco, outros em que as cirurgias demoram mais tempo do que o previsto (ou o tempo previsto, quando é muito, e sempre em pé), mas por enquanto na maioria dos dias tenho-me conseguido escapar mais cedo do que a maioria das pessoas consegue nos seus empregos. E assim venho para casa sem ser em hora de ponta, o que é uma situação win-win. Mas mesmo assim não é preciso beber um copo de gasolina para saber que mata. Já me retira suficiente energia para perceber que transportes ou carro, hora de ponta, um horário 9-17, nova hora de ponta, contas para pagar, família própria e alheia, amigos, uma casa que não é nossa apesar de o ser... sobra pouco para dar a alguém. Aqui já não sei o que pensam as outras pessoas, embora imagine. O que sei é que o que sobra agora, e o ainda menos que sobrar daqui a uns tempos, só me permitirei dá-lo se não conseguir evitá-lo - por outras palavras, se não resistir a fazê-lo. Já aconteceu antes (embora com problemas e lacunas derivadas do status quo que descrevi atrás), poderá acontecer novamente? Talvez.
Voltando a essa pessoa, mais próxima da minha geração do que as outras duas, não disse nada disto. Resumiu muito mais a opinião dela. Escutei-a e ganhou-me bastante mais consideração.
Uma vida muito preenchida dá muito menos espaço para frustrações emocionais. Tenho ido muitas vezes ao ginásio ultimamente - lá está, tenho tido tempo para o fazer, embora não saiba até quando; nunca fui muito de ginásios, tenho de admitir, e até há amigos admirados com a minha opção. Mas a energia dispendida, o cansaço físico e o libertar de endorfinas compensam muito. Uma pessoa deixa de se preocupar tanto com coisas que pareciam intransponíveis antes. Quase que desaparece a frustração decorrente dessas coisas. É uma droga natural, de obtenção fácil, e com benefícios para a saúde.A pessoa recupera ou reforça a sua autoestima, e dessa maneira fica mais protegida: olha os outros ao mesmo nível e não deixa que a pisem ou que lhe roubem o amor-próprio; ganha força para tomar decisões difíceis; ganha coragem para perder (?) coisas, sofrendo um pouco, é certo, mas por bens maiores, e o bem maior é ela mesma.
Já ao fim da noite, começou a dar o Dr. House na televisão e eu fui ver. Às vezes há coincidências, e esta é uma delas: o episódio começou precisamente com a primeira música que ouvi de manhã, e que vos deixo aqui.
A heart that's full up like a landfill,
a job that slowly kills you,
bruises that won't heal.
You look so tired-unhappy,
bring down the government,
they don't, they don't speak for us.
I'll take a quiet life,
a handshake of carbon monoxide,
with no alarms and no surprises,
no alarms and no surprises,
no alarms and no surprises,
Silence, silence.
This is my final fit,
my final bellyache
with no alarms and no surprises,
no alarms and no surprises,
no alarms and no surprises please.
Such a pretty house and such a pretty garden.
No alarms and no surprises (get me outta here),
no alarms and no surprises (get me outta here),
no alarms and no surprises, please.
17 de fevereiro de 2010
Hey boy! Hey girl!
Hey girl
Hey Boy
Superstar DJ's
Here we go!
Até agora, a minha música preferida para meter em repeat enquanto me rebento todo a correr!
*
Amanhã vai ser uma grande manhã. Pela primeira vez vão-me deixar ser cirurgião principal numa cirurgia. Até vou levar um bolo para a enfermaria para festejar; como quem diz, de certeza que vai correr bem e vai haver razões para festejar. E está tão bom o sacana do bolo ... com puré de maçã por dentro... hmmm yummy!
Torçam por mim!
16 de fevereiro de 2010
Must... come... back... !
And I tried to sleep alone
But I couldn't do it
You could be sitting next to me
And I wouldn't know it
If I told you you were wrong
I don't remember saying ...
Eu até queria escrever umas coisas, mas de cada vez que vou correr e ginasticar parto-me tanto que chego aqui ao blog e falta-me aquela energia negativa para o fazer. Soon ... Very soon, I hope.
15 de fevereiro de 2010
Privilegiado
14 de fevereiro de 2010
To and Fro
We can't be to and fro like this
All our lives
You're the only way to me
The path is clear
What do I have to say to you
For Gods sake, dear
Gosto desta musiquinha. É docinha, própria para o dia de hoje ;)
*
Ai ... nunca mais chega o tempo quente ...
11 de fevereiro de 2010
Lembra-me um sonho lindo ...
Canta rouxinol canta, não me dês penas,
cresce girassol cresce, entre açucenas ...
Ai como eu te amo,
ai tão sossegada,
ai beijo-te o corpo,
ai seara, tão desejada...
Ai, Fausto, Fausto... sabe-la toda!
10 de fevereiro de 2010
Her morning elegance
And she fights for her life as she puts on her coat
And she fights for her life on the train
Acordo aos poucos enquanto sinto o cheiro de banho acabado de tomar e ouço o barulho que ela faz com os cabides uns contra os outros no armário, a escolher o que vai levar vestido. Espreguiço-me um pouco sem abrir os olhos e enrodilho mais um pouco o edredão entre as pernas. Nesta altura não penso por palavras. Apenas dou atenção aos estímulos que os três sentidos me oferecem, e pairo num limbo de semi-sonho. Está atrasada para o trabalho, e repete os gestos mecanicamente, quase naquele piloto automático só possível nesta altura. Cada vez mais depressa e com mais barulho, vai-se despachando, e eu vou saindo aos poucos do torpor. Espreguiço-me mais meia dúzia de vezes, ainda sem abrir os olhos. Sinto agora o cheiro do perfume acabado de pôr, e talvez consiga distinguir muito ao longe o cheiro do lápis dos olhos. Pelo som dos passos rápidos de vai-e-vem, não escolheu saltos desta vez. Agora fechou a porta. Foi tomar meio pequeno-almoço e lavar os dentes. Devo ter mais cinco minutos até que volte.
Ponho-me a pensar no que vou fazer hoje... estou de férias. Vaguearei sozinho por ruas que me são estranhas. Verei caras não familiares, algumas delas cruzarão olhares comigo, mas não a maioria. Estará muito frio? Pergunta idiota, estará com certeza. Sair da cama será como nascer outra vez. Respiro fundo e espreguiço-me. Os músculos todos tremem enquanto são esticados e torcidos em todas as direcções, quase no limite de provocar cãibras. Bocejo. Devo ter mais três minutos.
Antes do tempo que julgava razoável, a porta abre-se depressa. Passos rápidos. Agora veste o casaco e pendura a mala ao ombro. Agora uns segundos de silêncio. Volta a pôr a mala na cadeira.
O colchão abana um pouco, e logo sinto um peso leve e quente por cima de mim. Perfume mais intenso. Abro com dificuldade os olhos por entre as pestanas coladas e vejo-a fitar-me bem quieta como se pudesse matar um cabrão só com o olhar. Mais um sentido que desperta. E logo a seguir demora-se ligeiramente num beijo mentolado rápido. Agora sim, estou totalmente acordado. Xau, diz-me baixinho. Torna a fixar-me uns segundos, talvez para se certificar de que estou bem morto e não estarei ali quando regressar do trabalho da próxima vez. O colchão abana outra vez - nova lufada de perfume - a porta fecha-se devagar, e o trinco desliza quase sem ruído. Passos lentos. A porta da rua fecha e a onda de choque bate-me no peito.
Xau... respondo, com as cordas vocais ainda coladas, apenas com o ar que tenho na boca.
8 de fevereiro de 2010
3 curtinhas
Bilhete de autocarro para Góis, pago ainda em escudos, em 99. Fui com os meus colegas da altura, e infelizmente já não contacto com quase nenhum deles. Foi um fim de semana palco de histórias que não me vou esquecer. Quis andar à porrada com um deles, bêbado, porque me queria partir um ovo na cabeça. A frase "Vou-te aos cornos a ti e ao teu amigo freak!" ainda é recordada por algumas pessoas.
Recibo de pagamento - já em euros - do exame de condução para a carta. Não sei porque o guardei. Provavelmente ficou esquecido juntamente com o cartão jovem que fiz de propósito para ser mais barata.
Então era aqui que vocês estavam!
Dois preservativos da mítica marca ZigZag que expiraram em Maio de 2006. Sem dúvida, indícios de uma "vida social" activa ...
Ídolos
Epá, o que eu me ri. O gajo a cair parece uma foca, tipo sem braços, bonk! Também não admira que não veja nada, com aqueles oculinhos. Dêem um bobi e uma bengala ao homem ... Ah e tal que é por causa dos holofotes, a luz é tão brilhante que cega. E depois agarrado à cabeça... e depois a ajeitar os óculos do tipo "não foi nada, ahá, fantástico, estou de volta!" e dizer... "Com isto... já vendi mais 10 mil discos!" como se estivesse com uma granda piela... Epá... impagável do princípio ao fim.
Quanto ao resto... a selecção musical lá do rapaz não é nada má. Pearl Jam, Nirvana, Goo Goo Dolls, Ornatos Violeta... o problema é que não gosto de o ver cantar. E aquele ar de coitadinho irrita-me.
Odeio os ídolos, desde os concorrentes aos juris. Mas aos domingos temos sempre a tv ligada nesse canal, por isso vou-me sempre deitar com dores de cabeça.
7 de fevereiro de 2010
Anónimo
5 de fevereiro de 2010
Quatro curtinhas e uma mais comprida
Novo desenho da Let, sobre uma queda que dei, de bicicleta, enquanto tentava carregar com dois sacos de pinhas e caruma de pinheiro (para acender a fogueira para o jantar), uma em cada mão. Feri uma mão toda. Na altura ainda nem andava em medicina, mas fiz um desbridamento da palma da mão com um canivete ferrugento. Estava traçado o meu destino...
4 de fevereiro de 2010
Playground love
I'm a high school lover, and you're my favorite flavor.
Love is all, all my soul.
You're my Playground Love.
Yet my hands are shaking
I feel my body remains, time's no matter, I'm on fire.
On the playground, love.
You're the piece of gold the flashes on my soul.
Extra time, on the ground.
You're my Playground Love.
Anytime, anywhere,
You're my Playground Love.
Sem mais, para já ... 3 (reloaded)
3 de fevereiro de 2010
It's raining again
31 de janeiro de 2010
29 de janeiro de 2010
27 de janeiro de 2010
Just breathe
Did I say that I need you?
Oh, Did I say that I want you?
Oh, if I didn’t now I’m a fool you see...
No one know this more than me.
Música que me acompanha no rádio do carro todas as manhãs. Lá estarei no Alive para os ver.
*
Nunca mais falei da votação sobre a cor do STPmobile v3.0, mas foi por demais óbvio que as escolhas recairam preferencialmente sobre o Azul Barents. Lamento, mas não foi essa a cor escolhida por mim. Já deviam saber que nunca vou pela maioria e sou teimoso como tudo! Tenho de comprar uma camisa para fazer pandam. Agora é esperar por Março, já que me afiançaram que estão a fazer o carro com alumínio retirado das minas lunares, e o vidro é feito com areia das praias da Costa Rica, daí terem estendido a data de entrega...
*
STP, a Diva. Noite de diversão @ BA
22 de janeiro de 2010
Carta aberta para ti
Como disseste um dia - e quase todas as pessoas no mundo desenvolvido devem ter dito isso um dia, perdoa-me a sinceridade - estas coisas fazem morrer dentro de nós alguma coisa. Fazem perder a esperança na natureza humana, no amor puro, nos contos de fadas, no para sempre e no nunca, na inexistência de impossíveis. Em troca, recebes medo, desventura, incapacidade de acreditar, desconfiança por mais que queiras confiar, desapego por mais que te queiras dedicar.
Utiliza agora toda a coragem e força que mostraste antes, e usa-as todas para ti, não apenas metade. Fá-lo por ti. É a tua melhor opção, ainda que tivesses outras.