(No carro, de manhã cedo, antes das compras)
A minha filha - O que é que estás a comer?
STP - É um rebuçado...
A minha filha - Também queria! Posso provar?
STP - Este és capaz de não gostar, não é muito bom para ti... [era um Halls original, de mentol, daqueles de embalagem azul]
A minha filha - Então porque é que tu comes?
STP - Filha, o pai gosta, é fresquinho... e cheira bem!
A minha filha - Tu comes porque a tua boca cheira mal, não é?
STP - ...
(dei-lhe um bocadinho pequeno de um Halls; ficou muito quieta a olhar para mim)
STP - Então, já tens a boca fresquinha?
A minha filha - Pica! É picante! Tenho a língua a arder!
STP - Oh meu amor... não precisas de comer, era só para provares, tu é que pediste... deita fora!
A minha filha - Não... eu gosto, é bom.
*
(À vinda das compras, outra vez no carro)
A minha filha - Re-bu-ça-do! Re-bu-ça-do!
(e não se calava)
STP - Oh filha, já provaste um bocadinho, agora não te posso dar mais. Talvez mais logo à noite...
A minha filha - Está bem...
*
(Quinhentos anos depois, à noite a ver desenhos animados, depois do jantar, depois de ter estado à tarde numa festa de anos a comer toda a espécie de javardice habitual nas festas de anos, depois de ter jantado como se não tivesse sequer lanchado)
A minha filha - Pai, quero colinho...
STP - Claro, anda cá, filha...
A minha filha - Sabes, gosto muito de estar contigo.
STP - ...
A minha filha - Prometeste-me uma coisa e não me deste!
STP - Prometi o quê? Não me lembro...
A minha filha - Re-bu-ça-do! Re-bu-ça-do!
[É assim que elas começam...]
Tem mesmo de ser a Malice a ensinar-te que a memória de uma mulher é mais longa que todas as bíblias já impressas juntas?
ResponderEliminarNão é só a memória. É a manipulaçãozinha… “gosto muito de estar contigo” e colinho… e depois tungas.
EliminarAnyway: ontem acabei por não lhe dar. Hoje acordou de manhã e a primeira coisa que disse foi “re-bu-ça-do!”.