11 de agosto de 2015

Bolas pá, arranjem masé a estrada!

Não sendo economista, financeiro, fiscalista ou politólogo, gostava de vos falar da Grécia. Posso? Contando que parto do princípio que devemos pagar as nossas dívidas, vejo-me preso lugares comuns da vida quotidiana como: “se gastares a semanada toda na segunda feira filho, comes a sandes de marmelada que a mãe te prepara todos os outros dias da semana!”. Ora, aqui é engraçado. A semanada vem, mas, na ausência de laços familiares, o financiador espera que lhe paguem. Mais, espera que lhe paguem a semanada e mais uns cobres. O giro começa depois. Caso eu falhe o pagamento da semanada, a mesma não é cortada, o metal é que passa de cobre a prata, de prata a ouro, e por ai a fora.

Ao que parece o valor de semanadas em dívida é algo elevado. Já se venderam todas as sandes de marmelada até 2050, o que deu origem a uma inflação do pão e da marmelada! O que parece que está a acontecer é que quem financia e não foi pago, paradoxalmente parece estar a ganhar ainda mais dinheiro do que se lhe tivesse sido pago a tempo e horas. Que estranho... Pois, é que ao que parece, por a Grécia estar no lixo, quem quer investir está agora a emprestar semanadas à Alemanha, por menos de uns cobres (parece que é amianto retirado das escolas). E querem ver que com isto já ganharam mais que a dívida toda da Grécia? Sacaninhas.


Mas quem é que os manda pedir? Uma semanada não chega? São uns calões pá, esses Gregos, ordenados mínimos duns principescos 1500€. Água quase de borla e electricidade e gás idem. Não sei quantas centenas de jardineiros por freguesia e mais outras tantas heresias. De certo não será o povo grego totalmente alheio a esta situação a que chegaram mas, sabem o que mais me marcou nesta história? A atitude de um povo de não conformidade com uma situação que só traz miséria para todos. A coragem de dizer não a um imperialismo económico que deixa os mais desprotegidos ainda mais desprotegidos e depois dá dinheiro a associações para proteger os mais pobres. Faz-me lembrar aqueles sinais de “estrada em mau estado”. Bolas pá, arranjem masé a estrada!