22 de março de 2009
Acredite quem quiser ...
16 de março de 2009
Que chulos! Vão mas é trabalhar! É para isso que vos pagam ordenados astronómicos em comparação com a realidade do país! Que bandidagem que para ai anda...".
Que chulos! Vão mas é trabalhar! É para isso que vos pagam ordenados astronómicos em comparação com a realidade do país! Que bandidagem que para ai anda...".
Caro anónimo
Deves tentar perceber que toda a gente tem uma vida complicada à sua maneira... Eu era para não responder, mas depois pensei que podias estar a brincar. E se não estiveres, bem... a mensagem serve para todas as pessoas que pensam como tu. E também para aquelas que acham que a felicidade e a qualidade de vida se resume ao dinheiro que se ganha...
Por exemplo, hoje, segunda-feira, custou-me imenso...
Que chulos! Vão mas é trabalhar! É para isso que vos pagam ordenados astronómicos em comparação com a realidade do país! Que bandidagem que para ai anda..."
Caro Anónimo:
Tenta compreender que cada pessoa tem uma vida difícil à sua maneira... eu era para não te responder, mas apeteceu-me mostrar-te que nem tudo são rosas na minha vida.
Amor
2:22 - "I still love you.".
*
Ok, o momento da música e citação foi melodramático, mas eu dou com uma mão e tiro com outra.
14 de março de 2009
2 de março de 2009
Ambições
"There's not a love that's perfect
But I, I live in hope".
Esta é uma das minhas músicas preferidas dos Doves. Já partilhei aqui convosco outras duas de que gosto muito, e que traduzem na perfeição - na minha opinião - dois estados de espírito diferentes. Eu acho que os Doves são muito bons a fazer música confortável, mas com um ambiente muito próprio.
Esta música é melancólica, e provoca-me uma sensação que não consigo explicar bem. A letra invoca-me a ideia de que nunca estamos satisfeitos com o que temos, particularmente no plano das relações amorosas; procuramos sempre algo de melhor, como se o novo fosse garantir tal coisa.
Reconheço que já não me lembro se pus esta música aqui no blog para ouvirem. Se o fiz, peço desculpa, mas ela é tão boa que acho que não se perde nada.
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Acho que é tão fácil sermos felizes sem nos darmos conta disso... e ao mesmo tempo é tão fácil acontecer acomodarmo-nos com o pouco que nos é dado, e achar que isso é estar satisfeito - um pouco como quando uma pessoa está deprimida há muitos anos, e se habituou de tal maneira a esse status que acha que viver normalmente é assim.
É curioso como a grande maioria das relações à minha volta caem numa destas situações. Entristece-me que assim seja,e faz-me perder a fé. De resto, entristece-me que as pessoas à minha volta andem emocionalmente desencontradas umas das outras. Que não se entendam naturalmente. Que não se satisfaçam... que não sejam tudo umas para as outras, por mais que queiram. Toda esta temática é causa de grande dor e sofrimento para toda a gente, e eu incluo-me no clube, claro.Como disse uma pessoa que conheço: "O amor é bonito... é uma merda, mas é bonito.". É tudo sempre muito mais complicado do que podia e devia ser.
Acho que é bom conhecermos algumas pessoas diferentes - do sexo oposto ou não, dependendo da orientação pessoal - para sermos capazes de valorizar aquilo que nos é oferecido numa relação. E é importante passarmos por estar com alguém que não gosta de nós, que não se dedica, que não faz sacrifícios e não se esforça por nós, para nos darmos conta daquilo que sente alguém que está junto de nós, e de quem não gostamos como queriamos. É preciso explorar, até para sermos capazes de calçar os ténis da outra pessoa.
Nem a menos, nem a mais. Se conhecermos demasiadas pessoas, talvez fique mais difícil dedicarmo-nos e entregarmo-nos a uma delas. Ou porque ficamos demasiado intolerantes, selectivos, e egoístas, ou porque nasce dentro de nós um sentimento - mesmo que não consciente - de que tudo tem um fim, e portanto haverá sempre alguém a seguir para preencher o lugar, o que implica uma incapacidade de dar uma oportunidade real à pessoa que gosta de nós. Penso que este é um risco muito real que corremos.
No extremo oposto, temos uma versão requintada da alegoria da caverna. Como é possível saber que gostamos realmente de uma coisa ou de uma pessoa e a preferimos a todas as outras a partir do momento em que ficamos a saber que existe uma enormidade de coisas e pessoas no mundo? Ainda por cima, o mundo actual é pródigo em confrontar-nos com situações, estímulos, e solicitações.
É bom viajar e conhecer... experimentar... mas, talvez, como disse alguém um dia, o melhor de viajar seja o regressar a casa (seja lá o que isso possa significar para vós), anos depois, como bom filho, como bom amante, e como bom companheiro, desejando aquilo que se tem. Há muita gente que não regressa, e outra tanta que não chega a partir.
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Peço desculpa pela confusão de ideias transportada pelas linhas que escrevo. Acredito que desde que comecei a estudar para o exame - que já foi em Novembro - nunca mais me consegui exprimir como dantes. Espero que seja uma fase que passe o mais depressa possível.