30 de novembro de 2009

Lokomotiv @ HCP


Hot Clube de Portugal, concerto da banda Lokomotiv: Mário Delgado (guitarra), Carlos Barreto (contrabaixo) e José Salgueiro (bateria). Já os tinha visto a tocar uma vez na Academia de Amadores de Música de Lisboa. Foi bom reencontrá-los por aqui, noutro ambiente, noutro contexto.

Deu para estar com amigos que não via há muitos meses - meses demais. Festejámos a escolha da especialidade (alguns) e o fim da tortura do exame da Ordem (os outros).
Claro que na viagem para lá estraguei, talvez pela última vez, o STPmobile II. Ficou parado em cima de uma passadeira na avenida da liberdade e tive de chamar o reboque pela segunda vez em duas semanas, para o mesmo sítio, e pela terceira vez este ano. Quando liguei para a assistência em viagem disseram "Ah, é o senhor João Santos? O do ZX?". Não, estava a brincar. Mas podia bem ser.
Uma mensagem especial para a minha afilhada da faculdade. Vera, se me estás a ouvir (lol), eu sei que sou o padrinho mais desnaturado que podias arranjar (foi o Gonçalinho que to impingiu...) e não te dei atenção, mas desejo-te um grande Ano Comum em Aveiro! E sim, vou seguir o teu conselho e ter muito juízo! Segue também tu o meu e faz o favor de aproveitar bem este ano, ouvistes?

27 de novembro de 2009

Eu?!


Hoje consegui que me chamassem várias coisas:

Chato - ( por estar sempre a picar uma colega gira que me trata mal comó caraças). Ai que chato, não me aborreças! (colega).

Burro (indirectamente) - Então e a doente vai de ambulância, doutora?, Não, vai de burro! Para perguntas estúpidas respostas estúpidas! (doutora).

Estúpido - Onde está o processo da cama 33?, Está à sua frente, doutor (e estava mesmo), Ah, que estúpido..., Pois, se o doutor diz que é... (enfermeira).

Parvo - Porque ah e tal, eu vou mesmo levar isto ao laboratório para a análise sair mais depressa. Sou parvo, é o que é!, É o próprio doutor a dizer, saiu da sua boca! Assim não temos que ser nós! (duas enfermeiras).

Convencido - por dizer que sou boa pessoa e por tudo o resto, alegadamente (a mesma colega).

Alérgeno - Estou cheia de alergia! Deve ser a ti! (a mesma colega).

Preguiçoso - Por estar a descansar um bocado e não me apetecer nada fazer uma nota de transferência da mesma doente que vai de ambulância e não de burro (a mesma colega).

Preguiçoso, parte 2 - Por chegar a casa às 18 e tal e queixar-me na net, e alegadamente por tudo o resto, incluindo a especialidade para que vou (amiga e enfermeira).
Mimado - Nota-se que és muito mimado. Ai tens uma irmã? Ia apostar que és filho único! (a mesma colega).
*
Só vos tenho a dizer uma coisa: vou trabalhar para aqui :P
Um sítio agitado e stressante onde grandes perigos se escondem em cada esquina...

Vão mazé trabalhar!

Reunited



There's one perfect fit
And sugar this one is it

Grandes Faith no More :)

26 de novembro de 2009

I could do it forever 'til I drop ...



The song of the Count - Sensored
(descoberta pelo meu amigo Rui)

Sempre gostei imenso do conde, mas este vídeo está muito, muito bom...
E adoro a música...

Concertos


Depeche Mode, pavilhão atlântico


Tenho andado numa de ir ver concertos. Não queria deixar de falar novamente no concerto dos DM, que me surpreendeu largamente pela positiva.Não posso dizer que sou um fã antigo, e talvez nem me possa considerar um fã no sentido comum do termo. Mas a verdade é que os gajos deram um grande espectáculo, desde o som, à voz, às imagens escolhidas no ecrã atrás do palco (houve partes que pareciam videoclips filmados em tempo real). Houve quem dissesse que eles não interagiram muito com o público, mas sinceramente não me importei. Consegui dançar ao som de algumas músicas, e não é fácil pôr-me a dançar.



Porcupine Tree, @ Incrível Almadense - 20 de Novembro


Obviamente que este concerto já foi diferente, bastante mais introspectivo, com um ambiente completamente diferente. Aqui eu conhecia as músicas todas, e posso dizer que sou fã da banda. Não dancei, mas cantei bastante, e até deu para beber uma cerveja (ou quatro...).

Muito obrigado à companhia, tanto num caso como noutro!


Gostava de ir ver Muse. Comprei hoje um bilhete, mas já tinha um jantar combinado... Estou indeciso. Acho que vou ser pai natal mais cedo!


E... provavelmente vou ver Alice in Chains, ainda espero confirmação!

21 de novembro de 2009

Fisherman's friend


O shot mais horrível que já provei. Não por ser muito alcoólico, mas sim porque o sabor é terrível! Como podem beber isto na Finlândia? Preferia beber gasolina ...
Não me enganam segunda vez.

17 de novembro de 2009

Tetris - O Regresso 2

(20 para as 15)
E já estou em casa. Espero dormir até amanhã! Nem fome tenho. Xixi cama.


(Meio dia e tal)
Pronto, fez-se a apresentação. Parece-me que correu muito bem. Aliás, as coisas correm-me sempre muito melhor quando não posso estar menos interessado nelas.
Entretanto surgiram-me enjoos matinais fortes, presumivelmente iatrogénicos. Bebi um carioca aqui na enfermaria e ia-me vomitando.

*
(8 e 22)
Daqui por 10 minutos começa a apresentação e estou sozinho no anfiteatro a gravar a apresentação da pen para o computador. Que correria. É sempre tudo em cima do joelho, tudo sob pressão, por estupidez minha. Desejem-me sorte. Estou cheio de sono e quero voltar para casa rapidamente... Claro que depois ainda vou cá estar no hospital até meio da tarde na enfermaria, mas... faz de conta que logo a seguir a isto vou para casa que é para motivar.


(4 e 20 da manhã)

Eu só ia dormir até à uma e meia, fechei os olhos e agora vai para as 4 e meia da manhã. Estou tão lixado... ainda falta bué para acabar a apresentação e no limite tenho 3 horas para o fazer :S

*

(21 e picos)

Já fiz mais uns 6 slides. Só faltam uns 7. Está a ficar mais ou menos, dá para safar. Mas estou estoirado desta porcaria. Ainda por cima uma coisa tão fácil...
Acho que vou ver um bocado de tv ...

*

(falta pouco para as 17h)

Vou apresentar amanhã no hospital uma sessão do Journal Club, às 8 e meia da manhã. Esta apresentação já foi adiada duas vezes, portanto já a devia ter pronta. Ainda por cima escolhi um artigo relativamente fácil de analisar e de fazer a apresentação, mas estou aqui num café a fazer a metade que falta. Está a custar-me à brava, mesmo ... Estou a funcionar com 10% dos neurónios, e todos eles bastante afastados uns dos outros. Mas o que tem que ser tem muita força. Senão chego lá amanhã ao anfiteatro, em frente aos médicos e colegas, e ponho-me lá a fazer malabarismo, cabriolas, dar cambalhotas e cantar cantigas de escárnio & maldizer para os entreter. Acho que não iam achar muita piada. Não pode ser. Tenho mesmo que fazer isto :S

16 de novembro de 2009

Tetris - O Regresso

(Às duas e pouco da manhã, antes de dormir)

"I have forgiven mistakes that were unforgivable, I have tried to replace those who were unreplaceable and tried to forget those who were unforgettable. I have done things on impulse. I have been let down by those whom I thought would never let me down but I have also let others down. I have laughed when It was almost impossible to laugh. I have held someone to protect them. I have made life long friends, I’ve loved and been loved. I have screamed and jumped for joy, I have lived on love and made eternal promises of love. I have fallen many times. I have cried while listening to music and also when looking at photos. I have called someone just to hear their voice. I have fallen in love with a smile. I have also thought I was going to die from loosing someone special and I did loose them! but I lived! And I still live! I don’t allow life to pass me by and neither should you! Live! What is really good is to fight with determination, embrace life and live it with passion! Loose your battles with class and dare to win because the world belongs to those who dare and live, Life is worth too much to be insignificant.".

"I" - Charlie Chaplin

É bonito ...

*

(em casa, é quase meia noite)



"Gonna take my time
I have all the time in the world
To make you mine
It is written in the stars above
The gods decree
You'll be right here by my side
Right next to me
You can run but you cannot hide

Don't say you want me
Don't say you need me
Don't say you love me
It's understood
Don't say you're happy
Out there without me
I know you can't be
'Cause it's no good

I'll be fine
I'll be waiting patiently
Till you see the signs
And come running to my open arms
When will you realize
Do we have to wait 'till our worlds collide
Open up your eyes
You can't turn back the tide

Don't say you want me
Don't say you need me
Don't say you love me
It's understood
Don't say you're happy
Out there without me
I know you can't be
'Cause it's no good

Gonna to take my time
I have all the time in the world
To make you mine
It is written in the stars above

Don't say you want me
Don't say you need me
Don't say you love me
It's understood
Don't say you're happy
Out there without me
I know you can't be
'Cause it's no good."

Gostava que tivesses razão, Dave. A sério que gostava. Só que isso que dizes às vezes são tretas... Aprecio a autoconfiança e o romantismo louco de saber esperar pacientemente e não sei quê, mas olha que elas não pensam como nós. Esquecem-se muito mais facilmente...
Mas grande música e letra, e estiveste muito bem no concerto. Parabéns! Sabia que vocês eram bacaninhos e por isso dei-me ao trabalho de esperar (lá está, como tu, eu também sou desses que dizem que esperam pacientemente) numa fila com 10 quilómetros para trocar o bilhete. O que não contava era gostar tanto.

Só tenho pena de não terem tocado a "Free Love"...

*

(de banco; são 5 da tarde)

Lá fora chove, o céu vai de cinzento para preto, e as pessoas com tosse, falta de ar, ranho verde e alergias não param de entrar aqui na sala dos aerossóis.
Não há, talvez, sítio no mundo onde me apetecesse estar menos do que aqui. Os doentes precisam de atenção, cuidados e diagnósticos céleres, e alguém que fale delicadamente com eles.
Apesar de tudo, estou a conseguir fazer as tarefas correctamente e relacionar-me bem com eles. E dá-me algum alívio ver que ficam muito agradecidos com o cuidado que tenho. Alivia as dores a ambas as partes da relação médico-doente...
Lá fora chove, e eu estou de volta ao fundo do poço. Lá de cima despejam baldes de água, e as paredes são demasiado escorregadias para que emaranhe por elas. Tudo o que consigo é ficar com as unhas cobertas de verde-musgo.
Estou mesmo de volta ao sítio que tão bem conheci e tinha prometido a mim mesmo não voltar. "Não voltes nunca a um sítio onde foste tremendamente infeliz" - poderia dizer o adágio. Acho que às vezes não tem mal nenhum em querer voltar a algo onde se foi feliz, desde que não se descubra que é impossível lá voltar, e o arrependimento de de lá ter saído um dia nos faça ... tremendamente infelizes.
Seja como for, já conheço este buraco. Já não me lembro do caminho que fiz para sair dele, mas sei que demorou anos suficientes para me ter tornado uma pessoa muito diferente do que era antes quando cheguei à superfície.
Rezem por mim.

9 de novembro de 2009

Caraças ...

Ainda ontem estava de férias... e hoje foi logo de manhã cedinho, e agora banco até às 8 de terça... e ainda hei de cá ficar no hospital até "praí" às 16 h. Triste fado. Vida sem esperança ...

Que saudades das minis, de dormir até às 17h e de jogar fifa até às tantas ...

7 de novembro de 2009

Atrás no meu tempo

Estou no carro e nem posso ouvir música, sob pena de gastar a pouca bateria que tenho para arrancar com o carro não sei para onde.
Lá fora está frio e chuvisca. O asfalto está molhado, e vai sendo enxugado por pneus que vez ou outra passam devagar à procura de lugar para estacionar. É já noite profunda e o silêncio impera, poucas vezes interrompido.
Ainda cheira a terra molhada, embora olhe pelas janelas do carro e não veja terreno virgem que pudesse apanhar as gotas de chuva. Chuva molha-tolos. Mas não molha o maior deles todos, que está abrigado.
A lua já não está cheia, mordida que foi por dois ou três dias que passaram.

Vejo à minha frente uma vizinha de quarteirão a tentar estender a roupa na marquise, daquelas cobertas com cimento esburacado em padrões rectangulares. Para além do padrão, há uma espécie de tela a todo o comprimento, iluminada por raios amarelos foscos vindos de dentro de casa.
Qual sombra chinesa, os gestos da minha vizinha fazem-me lembrar um louva-a-deus, de patas dobradas enormes e cabeça bem pequenina, na forma e na metáfora. Ela é bem linguaruda e venenosa segundo dizem e garantem a pés juntos. Um louva-a-deus não fala muito, mas tem um ar perigoso. Nem de propósito...

Como alguém disse um dia, a solidão de um homem vê-se quando todas as outras pessoas estão a dormir. Não sei se concordo. Podem estar a divertir-se à grande e à francesa, alheias à nossa existência. Olho para o conjunto de pequenos circuitos integrados que é o meu PDA, maravilha da tecnologia, e serve apenas para me dar ainda mais solidão. Não recebe mensagens, não recebe ligações, apesar de todo o potencial que tem para o fazer.
Talvez as pessoas se sentissem menos sozinhas quando não havia telemóvel. Pelo menos sentiam a angústia de ver o carteiro chegar sem correspondência, mas depois resignavam-se à impossibilidade de comunicação até ao dia seguinte...
As coisas aconteciam mais devagar antes, e portanto havia mais tempo para reflectir, sentir, agir em conformidade, e provavelmente ainda íamos a tempo mesmo com uma demora de dias, semanas, meses.

Se agora surgir uma dúvida, não há tempo para pensar. Não há tempo para cair em nós. Ou decides na altura, ou já passaste à história. Tens de ser rápido no gatilho, de remate fácil, falhando ou acertando, mas tens de o fazer. Se te deixas dormir perdes a bola. Que a vida é curta e há sempre alguém a querer ocupar o teu lugar e mostrar que é mais rápido a decidir.

Acho que estou muito atrás do meu tempo. Acho que me dava melhor no tempo das cartas sem correio azul, do ter de ir telefonar ao centro da vila, no tempo em que o sol demorava muito mais que doze horas por dia a pintar o céu, e em que por muito que quisessemos fazer uma loucura tínhamos de esperar pelo autocarro do dia a seguir.

O tempo está sempre a passar. Não o podemos recuperar nem guardar, só gastar. E passa cada vez mais depressa e sinto que não estou no mesmo compasso...

A vizinha-insecto já se recolheu, e já só vejo as silhuetas de enormes soutiens dos quais julgo vislumbrar os debruns rendados. Já não passam carros na rua. O telemóvel continua bem calado no banco do lado.

Acho que vou arriscar e ouvir no rádio uma música ou duas, para não sentir tanto a falta de apreciar estar sozinho. Não vou a lado nenhum, de qualquer maneira ...

3 de novembro de 2009

Creep



Whatever makes you happy
Whatever you want...

A primeira vez que ouvi esta música foi de uma cassete que a minha tia Teresa me deu nos anos. Já não me lembro que idade tinha, mas seguramente tinha pelo menos uns 15, porque ela sabia que eu era maluco por Nirvana e ela tinha lá gravado algumas músicas que eu nem sequer conhecia deles (o que, na altura, era difícil). Para além disso, tinha também aquela dos Spin Doctors... enfim, era um apanhado de canções da altura.

Sei que para muita gente esta música está super batida, mas eu não consigo deixar de a admirar. Não sei que se já contei aqui, mas por acaso estive a pesquisar um bocado e li algumas fontes directamente ligadas ao Tom York que contam mais ou menos a história por detrás do tema. Supostamente é sobre um rapaz que passa as noites num bar, e costuma ver lá uma mulher que acha perfeita, mas nunca consegue aproximar-se dela e dar-se a conhecer. E depois ela, invariavelmente, acaba por se ir embora, e ele, já ébrio, amaldiçoa-se por não ter coragem de a abordar.

Depois de ter sabido disto ainda gostei mais da música, particularmente da parte final, porque acho que ilustra exactamente esse sentimento. Não há muitas músicas que eu considere que sejam assim tão bem conseguidas. Mas... palavras para quê, são os Radiohead!